terça-feira, 14 de setembro de 2010

EMOÇÃO DA LINHA DE CHEGADA

A emoção da chegada da triatleta Ariane MonticeliVamos que vamos. Semana passada foi complicada, retorno ao trabalho, algumas tarefas inadiáveis, enfim acabei apenas realizando treinos de corrida. Ontem já voltei pra piscina e agora é continuar e buscar o tão sonhado retorno às provas.
Li um texto que achei legal e estou colocando aqui no blog. Foi retirado do site http://www.webrun.com.br/ escrito por Nelson Evancio.

A corrida é uma das únicas modalidades em que todos podem participar da festa ativamente, independente de nível técnico. Onde um reles mortal, muitas vezes sem o menor biótipo de corredor pode treinar, inscrever-se e participar de um mesmo evento que o recordista mundial, percorrer o mesmo percurso, ser visto pelas mesmas pessoas, contemplar as mesmas paisagens, tomar posse do mesmo espaço e, sobretudo, desfrutar do momento mágico de cruzar a tão desejada linha de chegada.

Quanto não estou participando da festa como corredor, um dos locais que mais gosto de ficar é próximo à linha de chegada, pois ali se observa as mais variadas e interessantes expressões e reações. Tem gente muito feliz e sorrindo, dando socos no ar, gente chorando de alegria por um objetivo alcançado, que pode ter sido um recorde, uma boa colocação, a superação pessoal, ou simplesmente o fato de conseguir chegar, superando todas as adversidades encontradas pelo caminho. Mal sabemos quais foram elas.
Tem gente triste por não ter conseguido um lugar no disputado pódio, ou por não ter feito o tempo que gostaria, mesmo que tenha chegado a apenas alguns míseros segundos acima do programado. Confesso que muitas vezes já cometi esta heresia. Gente humilde, gente abonada, gente mal vestida e gente chique. Magrinhos, gordinhos, marombados, baixinhos a altos, discretos e alarmantes, acabados e inteirinhos. Penteadas e descabeladas. Belas e feras, ou belas, mas ao mesmo tempo feras, como minha amiga triatleta Ariane Monticeli, que nos inspira com a linda foto da matéria!
Inclusão - À frente normalmente chegam os mais privilegiados pela invejável genética, porém muito castigados pela dura rotina de anos de treinos e cujos corpos já suportaram e resistiram às mais fortes dores, das mais variadas e pesadas cargas. Mas alguns minutos após, também cruzam a mesma linha de chegada os gordinhos, os descoordenados, as mulheres que não deixam de se preocupar com a combinação da roupa, com a maquiagem e com o detalhe no cabelo.
Os mais simples dos tênis bem gastos e baratos, os mais abonados dos tênis tecnológicos de último modelo, os de roupas discretas e os fantasiados, demonstrando que cruzar a linha de chegada é algo muito democrático, privilégio de todos os que se preparam adequadamente e muitas vezes até de alguns que nem tanto.
Quem nunca correu talvez não entenda o significado de ser o primeiro, segundo, terceiro colocado ou de “apenas chegar”, pois provavelmente não faça ideia do quanto deve ter custado este momento tão mágico para o corredor. Lembro-me de um domingo em que fui acompanhar dois corredores do meu grupo em uma pequena, mas tradicional corrida próximo ao parque do Ibirapuera.
Um deles, que após deixar de lado o sedentarismo, criar coragem, começar a caminhar e em seguida começar a correr com muita dificuldade, finalmente completou sua primeira prova. O outro, que havia trabalhado no período noturno, mas que mesmo cansado teve a honra de cruzar a linha de chegada a frente de todos os inscritos. E como dizer que um teve mais mérito ao completar a prova do que o outro? Considerando as dificuldades e condições de cada um, diria que é praticamente impossível.
A linha de chegada vai muito além da medida do tempo registrado entre o tiro de largada e o final da última passada. Suor, esforço, sacrifício, dor, renúncias, dedicação, comprometimento, amor e paixão são alguns de seus sinônimos. Seja a prova de 100 metros, 5 km, 10 km ou maratona, a tão sonhada linha mágica, visão e momento mais desejado por todos os corredores é apenas o local simbólico entre o processo que vai do início da preparação a realização de um sonho. É o registro de um momento cuja lembrança muitas vezes irá transcender, por anos a fio.                                             




Um comentário:

  1. Show, o texto é muito bonito, não tinha lido ele no web run.

    Obrigado e abração Sandro.

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